Angola – Tunjila Tuajokota
Nascidos em plena guerra na segunda metade da década de 80, na vila de Dala Kixinge, município de Cahombo, na província de Malanje. Quatro crianças, duas das quais invisuais, cumpriram o dramático itinerário de milhares e milhares de angolanos no mesmo período para evitar as guerras, acabando por vir refugiar-se na capital do país. À aguda necessidade de sobrevivência, cedo as fez pôr em prática as aptidões que a sua pouca idade permitia e que haviam adquirido a música rítmica da sua infância na área etno cultural Mandongo.
Passaram assim, a vender por cinco modestos kwanzas, nos mercados do bairro, os seus cantos e danças baseados numa linha musical denominada Diémbe, que no dia 12 de outubro de 2000, atraíram, casualmente, o jovem Domoy Missete, que neles reconheceu alguns dos ritmos vividos na sua infância nos musseques de Malanje.
A partir de então, assumindo-se como protetor dessas crianças. Domoy Missete formou o grupo Tunjila Tuajokota, que significa “ Pássaros Queimados “ e começou a promove-lo num circuito mais alargado e profissional, que os levou mesmo a apresentarem-se na Rádio Nacional de Angola, com o apoio do programa de Henrique Santos.
No dia 19 de Janeiro de 2001, o grupo grava, assim, os seus primeiros números musicais, intitulado, Nando, Américo, Amor e Ossaka. Este último mereceu um “Clip” da Televisão Pública de Angola, que abriu ás portas ao grupo para ouros apoios, nomeadamente do Ministério da Educação e Cultura, do Banco Nacional de Angola, da Imprima Brindes Publicitários e ainda de pessoas singulares.
Hoje, Tunjila Tuajokota está em vias de lançar o seu primeiro disco, que resgata a memória de uma cultura musical que a guerra afetou de uma forma ainda não plenamente avaliado, mas os seus integrantes continuam a necessitar do carinho e do apoio de todos o que se identificam com o projeto de revalorização das nossas crianças e do futuro que elas transportam nas suas asas, mesmo “ queimadas ”…